Foto: Michel Corvello/Prefeitura de Pelotas
A Região Sul do Estado está se preparando para a chegada de uma grande quantidade de água, por conta da descida do que está no Guaíba para a Lagoa dos Patos, e assim, por fim, chegar ao mar. Da Sala de Situação no 9º Batalhão de Infantaria Motorizada (9°BIMtz) saem todas as previsões meteorológicas e de movimentações hídricas, assim como todas as orientações de evacuação, resgate e demais ações relativas à enchente da região, especialmente de Pelotas.
Entre as equipes está o grupo de pesquisadores de modelagem matemática, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que está trabalhando nas previsões de escoamento das águas. Foi utilizado um modelo computacional desenvolvido nos Estados Unidos utilizado internacionalmente para prever inundações. A pesquisadora Daniela Buske explica que essas simulações indicam o volume de água que entrará em Pelotas e região. “Esse modelo foi calibrado e adaptado para a nossa situação, considerando a vazão da água desde Porto Alegre até o final da Laguna dos Patos e estimando os dias de maior inundação”.
Neste sábado (11), os pesquisadores apresentaram às autoridades e forças de segurança dados que incluem a área da Vila Farroupilha, que estava mapeada como de alerta, para área de risco – de laranja para vermelho. Outra informação indica datas, como a de segunda (13) a quarta-feira (15), quando a água acumulada no lago Guaíba deverá desaguar em maior volume em Pelotas pela Lagoa dos Patos.
O tempo para obter cada simulação pode demorar até 12 horas, devido à capacidade computacional e a necessidade de analisar todo o cenário. “Nós trabalhamos na simulação por horas para conseguir chegar no que temos hoje e tentar ver quanto tempo nós temos até que o volume principal de água, a grande vazão, chegue aqui na nossa região, principalmente em Pelotas”, explica a pesquisadora.
Os pesquisadores afirmam que por Pelotas estar em uma região plana, será diferente das regiões de serra. “Aqui a água vai chegando devagar, em lâmina, não virá em onda”, diz Daniela.
À medida que a água for chegando, mesmo que a Lagoa suba um pouco, ela se espalhará pelo terreno, fazendo com que se nivele em todas as áreas, sendo mais ou menos profunda de acordo com a altura do terreno. “A gente mostra esse mapa para que a população esteja ciente de que a área de risco apresentada pela Prefeitura está contida nessas manchas de inundação que o modelo nos fornece como resposta, ou seja, a água poderá chegar nessas partes marcadas em vermelho. Dependendo do vento e da quantidade de chuva, o volume pode ser maior ou menor, mas as áreas de risco estão corretas – se alguém está na área vermelha, nós sugerimos que não espere para sair de casa, que saia agora”, conclui a pesquisadora.