Foto: Freepik
Um avanço médico notável pode transformar a vida de pessoas tetraplégicas. Cerca de 40 pacientes que perderam o movimento dos braços e mãos devido a lesões na medula espinhal conseguiram recuperar parcialmente suas funções graças a um experimento com estimulação elétrica não invasiva. Os resultados do estudo foram divulgados na revista Nature Medicine nesta segunda-feira (20).
A pesquisa, conduzida em escala global com 60 participantes, é pioneira pelo número de casos testados e pela eficácia demonstrada. Os pacientes submetidos a esta técnica mostraram uma recuperação significativa da força e capacidade de movimentação dos braços e mãos após apenas dois meses de terapia.
O diferencial desta tecnologia é sua aplicação prática e segura: os eletrodos são colocados sobre a pele, eliminando a necessidade de implantes cirúrgicos. Além disso, o equipamento não requer uso contínuo para manter sua efetividade, sugerindo que a terapia pode estimular o desenvolvimento de novas conexões neuronais de longo prazo.
Segundo Chet Moritz, pesquisador chefe do estudo, esta técnica poderia alterar drasticamente a vida diária da maioria dos pacientes com lesões na medula espinhal.
Durante a coletiva de imprensa, a jornalista britânica Melanie Reid, paralisada após um acidente e beneficiada pelo dispositivo, destacou que, para tetraplégicos, a recuperação da função das mãos é mais vital do que a capacidade de andar. Reid agora consegue até usar o celular tocando na tela, uma liberdade que parecia inalcançável antes deste tratamento.