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Um novo estudo da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) revela que o uso contínuo de cigarros eletrônicos, ou vapes, pode aumentar significativamente o risco de infarto, com usuários tendo 1,79 vezes mais chances de sofrer um ataque cardíaco. Este dado surge em um momento crucial, coincidindo com o término da consulta pública da Anvisa sobre a proibição desses dispositivos no Brasil, onde cerca de 3 milhões de pessoas os utilizam apesar da venda ser ilegal desde 2009.
O relatório da SBC não somente questiona a ideia de que os vapes sejam uma alternativa menos prejudicial ao cigarro convencional, mas também destaca os perigos associados à presença de nicotina e outros componentes químicos nos cigarros eletrônicos, como propilenoglicol, metais pesados e aromatizantes. Esses elementos podem levar a doenças graves, como a aterosclerose e o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
A pesquisa aponta ainda para um aumento no risco cardiovascular relacionado ao uso de vapes, devido aos efeitos da nicotina no organismo, como a elevação da pressão arterial e a intensificação do estresse oxidativo. Além disso, o documento da SBC lista dez razões para manter a proibição dos cigarros eletrônicos no país, destacando a falta de evidências científicas que comprovem a segurança desses produtos e os riscos de uma “dupla utilização”, onde os usuários consomem tanto cigarros convencionais quanto eletrônicos.
O estudo também ressalta o alto custo para o sistema de saúde público brasileiro (SUS) no tratamento de doenças crônicas relacionadas ao tabagismo, que em 2011 chegou a R$ 23,37 bilhões, equivalente a 0,5% do PIB. Diante desses fatos, a SBC reforça a necessidade de manter a proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil, em linha com as obrigações internacionais do país no controle do tabaco.