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O serviço europeu Copernicus anunciou nesta terça-feira (9) que o ano de 2023 foi +1,48º C mais quente em todo o mundo do que a média da era pré-industrial, tornando-se o ano mais quente já registrado. A temperatura média global atingiu 14,98°C, superando o recorde anterior de 2016 por 0,17°C.
O Copernicus possui dados climáticos desde 1850, mas as temperaturas de 2023 provavelmente são as mais altas dos últimos 100 mil anos, alertou Samantha Burgess, vice-diretora do Copernicus Climate Change Service (C3S). Além disso, as temperaturas da superfície marinha, um indicador-chave, também estão estabelecendo recordes em todos os oceanos do mundo, ressaltou.
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O fenômeno El Niño exacerbou esses registros preocupantes, causando impactos climáticos em diversas partes do mundo, como incêndios no Canadá, secas na África e altas temperaturas na Austrália durante o inverno.
O Copernicus prevê que o limite de +1,5°C de aquecimento em 12 meses consecutivos provavelmente será atingido em janeiro ou fevereiro de 2024, apesar do frio na Europa. No entanto, isso deve ser mantido por pelo menos 20 anos para considerar que o clima global atingiu esse limite.
Para alcançar esse objetivo, o mundo precisa reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% até 2030 em comparação com 2019, conforme especialistas em clima da ONU (IPCC). No entanto, a redução global de emissões ainda não começou, embora alguns especialistas acreditem que o pico esteja próximo.
O clima atual já aqueceu em cerca de 1,2°C em comparação com o período de 1850-1900. O IPCC prevê que há 50% de chance de exceder o limite de 1,5°C em média nos anos 2030-2035 no ritmo atual de emissões.
O 2023 registrou um grau ou mais de aquecimento em comparação com a era pré-industrial durante todos os dias do ano, com dois dias de novembro superando 2 graus. De junho a dezembro, o mundo registrou oito meses consecutivos de recordes mensais. Julho de 2023 foi o mês mais quente já registrado, seguido imediatamente por agosto de 2023. Na Europa, 2023 foi o segundo ano mais quente, atrás de 2020.
As altas temperaturas dos oceanos representam uma ameaça para a vida marinha, aumentam a intensidade das tempestades e aquecem a atmosfera. Os oceanos absorvem mais de 90% do excesso de calor causado pela atividade humana, acelerando o derretimento das plataformas de gelo da Groenlândia e da Antártida, o que pode levar a um aumento significativo do nível do mar. O gelo marinho da Antártida atingiu níveis recordes durante oito meses no ano passado.