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Em Caxias do Sul, na Serra do RS, um homem está sendo investigado por atos de tortura contra gatos e ameaças a membros de uma ONG de proteção animal. Imagens chocantes encontradas nos celulares do suspeito revelam animais sendo submetidos a mutilações e torturas, conforme relatado pela ONG Sem Raça Definida.
O indivíduo foi preso em flagrante em setembro do ano passado, após uma denúncia da ONG sobre maus-tratos e tortura. Durante a ação da Brigada Militar em sua residência, foram encontrados oito gatos vivos e um morto, todos amarrados pelo pescoço. Contudo, em dezembro, a Justiça, seguindo um pedido da defesa, autorizou a avaliação da sanidade mental do acusado e concedeu sua liberdade provisória, decisão essa que foi contestada pelo Ministério Público.
Diante de ameaças às integrantes da ONG, o Ministério Público solicitou a retomada das investigações pela polícia.
“Precisamos analisar as medidas que podem ser adotadas durante o processo, já que o suspeito das ameaças já foi, inclusive, denunciado pelo MPRS por maus-tratos a animais”, afirma a promotora de Justiça Janaina de Carli dos Santos. O caso é investigado pela Polícia Civil, que informou que o homem ainda não foi chamado a prestar depoimento.
A presidente da ONG, Andressa Mallmann Bassani, relatou ter recebido mensagens ameaçadoras contendo imagens de gatos torturados. Ela reconheceu o local das imagens, pois acompanhou a prisão do suspeito anteriormente. Além disso, Andressa e a advogada da ONG, Sandra Royo, receberam mensagens intimidadoras supostamente enviadas pelo mesmo homem.
Curiosamente, o suspeito adotava gatos em grupos de Facebook dedicados à proteção animal.
“Ele adotava em grupos de Facebook de proteção animal. Ele é um homem bem vestido, bem apessoado. Fazia essas adoções e ia buscar os gatos”, afirma Andressa. Depois das ameaças e dos vídeos, a ONG passou a orientar protetores de animais a evitarem fazer doações sem que seja possível atestar a segurança e as condições do adotante.
Andressa acredita que o homem possa ter vitimado centenas de animais, baseando-se nos três celulares encontrados em sua posse, que continham numerosas imagens e vídeos de gatos sofrendo mutilações. Esses dispositivos foram entregues à polícia.