Foto: Divulgação / Alice Dias
Em uma fazenda na área rural de Rosário do Sul, na Fronteira Oeste, pesquisadores do Laboratório de Paleobiologia da Unipampa encontraram um fóssil do crânio de um anfíbio gigante. Este fóssil, identificado como “mais antigo que os dinossauros”, levanta questões intrigantes sobre o ecossistema da época da Pangeia.
A descoberta aconteceu em agosto de 2022, mas somente agora, após uma análise detalhada que incluiu a separação do fóssil da rocha, coleta de dados e registros, os pesquisadores concluíram que esse animal viveu cerca de 250 milhões de anos atrás, antes mesmo dos dinossauros surgirem.
A nova espécie recebeu o nome Kwatisuchus rosai, que significa “focinho comprido” em Tupi, em referência à sua aparência, e homenageia o paleontólogo Átila Stock Da-Rosa da Universidade Federal de Santa Maria.
Esse anfíbio pertence ao início do período Triássico, quando o ecossistema se recuperava de uma extinção em massa. Para compartilhar essa descoberta com o público, os pesquisadores da Unipampa planejam uma exposição com réplicas em 3D de animais e fósseis, que acontecerá no segundo semestre deste ano em São Gabriel.
O Kwatisuchus rosai fazia parte do grupo de animais dominantes do período Triássico e tinha semelhanças em sua aparência e modo de vida com crocodilos. A pesquisadora Arielli Machado explica que naquela época havia anfíbios, peixes e grupos terrestres de quatro patas, mas os dinossauros ainda não eram tão abundantes como no período Jurássico.
O que surpreendeu os pesquisadores foi encontrar esse fóssil na América do Sul, já que antes acreditavam que essa espécie existisse apenas na Rússia. Felipe Pinheiro, professor da Unipampa e doutor em paleontologia, afirmou ao G1, que o fóssil é uma peça importante no quebra-cabeça sobre as faunas do Triássico Inferior, após a extinção catastrófica do período Permiano.