Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) intensificou suas investigações sobre o suposto uso indevido dos sistemas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para atividades de espionagem ilegal, direcionando sua atenção ao círculo político próximo ao ex-diretor da Abin e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL-RJ), e à família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente, é um dos principais alvos desta nova etapa da operação, sob a suspeita de ter recebido informações coletadas ilegalmente pela Abin. A investigação também envolve assessores ligados a Carlos e a Ramagem, que são suspeitos de solicitar informações de espionagem em favor da família Bolsonaro.
- Antecedentes: A operação segue apurações anteriores que indicaram o uso da Abin para espionar autoridades e adversários políticos.
- Mandados de busca e apreensão: Foram expedidos pela PF em locais associados a Carlos Bolsonaro e seus assessores, incluindo a Câmara Municipal do Rio de Janeiro e residências em diversas cidades.
- Reações e declarações: O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou os mandados, destacando a gravidade das acusações de espionagem ilegal.
Os investigados podem enfrentar acusações por invasão de dispositivo informático, organização criminosa e interceptação ilegal de comunicações. A operação revelou a apreensão de dispositivos eletrônicos e documentos que podem estar ligados às atividades de espionagem.
Entre os alvos desta fase da investigação estão Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, que atua como assessora de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Priscila Pereira e Silva, assessora de Ramagem na Câmara dos Deputados, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar do Exército com laços anteriores com Ramagem na Abin.
Descobertas recentes da PF revelaram a apreensão de 10 celulares, três computadores, uma arma e um HD externo na residência de Giancarlo Gomes Rodrigues. Investigadores suspeitam de sua participação ativa no esquema, especialmente após a identificação de que um dos computadores apreendidos pode pertencer à Abin, levantando suspeitas sobre o uso de equipamentos governamentais em atividades ilegais de espionagem.
A situação ganha contornos ainda mais complexos com a descoberta de que a esposa de Giancarlo é servidora da Abin, o que pode indicar um envolvimento mais profundo e sistêmico das práticas ilegais dentro da agência.
A Abin iniciou uma apuração interna para verificar a procedência dos equipamentos e sua possível utilização em ações de espionagem não autorizadas, marcando um momento crítico na busca por transparência e legalidade nas operações de inteligência do país.