Foto: Divulgação
O Instituto Butantan anunciou hoje (7) que está trabalhando no desenvolvimento de uma vacina para combater o Zika vírus. Essa doença pode causar microcefalia em bebês se a infecção ocorrer durante a gravidez. A vacina em desenvolvimento utiliza uma forma inativada do vírus, considerada segura para gestantes.
Os testes em animais estão programados para começar no segundo semestre de 2024. Os pesquisadores têm se dedicado ao estudo da vacina desde 2015, quando o Brasil enfrentou uma epidemia do Zika. Entre 2015 e 2022, o país registrou quase 1,9 mil casos de microcefalia congênita, segundo dados do Ministério da Saúde.
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Estudos preliminares realizados em animais mostraram que a vacina é capaz de produzir anticorpos que combatem o Zika. A próxima etapa envolve testes pré-clínicos de segurança para verificar a tolerância da vacina e possíveis reações adversas.
Apesar de estar em fase inicial, a nova vacina é promissora, pois utiliza métodos tradicionais de produção e um adjuvante conhecido como hidróxido de alumínio, que ajuda a melhorar a resposta imunológica e mantê-la a longo prazo, de acordo com o Instituto Butantan.
O processo de produção da vacina envolve o cultivo de células, multiplicação em biorreatores, inativação do vírus, purificação e formulação. O produto final pode ser armazenado em condições de refrigeração comuns, entre 2°C e 8°C.
Os pesquisadores testaram mais de 60 composições diferentes ao longo dos anos para chegar a duas formulações adequadas. Agora, estão trabalhando na versão final, que passará por estudos pré-clínicos. Com a formulação estabelecida, a vacina tem uma estabilidade de 100% por pelo menos quatro meses e mantém sua atividade por até oito meses.
É importante destacar que, devido à falta do vírus em circulação, ainda não é possível realizar ensaios clínicos de eficácia (fase 3) para determinar se a vacina protege contra o Zika vírus. Atualmente, existem dois imunizantes contra o Zika de empresas estrangeiras em fases de ensaios clínicos para avaliar sua segurança e capacidade de induzir a produção de anticorpos.