Foto: Fábio Rodrigues/Agência Brasil
O exclusivo relógio Rolex, parte do “Conjunto Ouro Branco”, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou durante uma visita oficial à Arábia Saudita em 2019, foi identificado como uma peça customizada, de acordo com análise de um especialista criminal da Polícia Federal (PF).
O precioso acessório foi comercializado por apoiadores do ex-presidente em junho do ano anterior e, mais tarde, reaquirido pelo advogado Frederick Wassef. O objetivo da recompra era restituir o item ao patrimônio nacional, seguindo determinações do Tribunal de Contas da União (TCU).
“Esse relógio (Rolex) é um relógio feito sob encomenda, de uma série especial e tinha um calibre, mecanismo especial, para ele. Nesse caso foi muito fácil a gente identificar o relógio”, afirmou o perito criminal federal Wilson Akira Uezu à reportagem do Fantástico, da TV Globo.
Conforme relatado, a análise da PF ressaltou que relógios de alto padrão muitas vezes contêm gemas em sua maquinaria interna. Os especialistas também destacaram várias características de segurança no Rolex, como um número de série específico e emblemas gravados, evidenciando sua autenticidade.
Detalhes da análise mostraram que o relógio continha 184 diamantes incrustados e gemas no lugar dos números em seu visor de madrepérola.
Em sua jornada oficial em outubro de 2019 para Doha, Catar, e Riad, Arábia Saudita, o então presidente Bolsonaro foi presenteado com um conjunto de joias, que incluía um relógio Rolex de ouro branco ornado com diamantes. Em março de 2022, essa coleção de joias foi removida do acervo do Palácio do Planalto pelo ex-presidente.
Correspondências eletrônicas do tenente-coronel Mauro Cid, ex-assistente direto de Bolsonaro, relatando o evento, foram descobertas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura os eventos controversos de 8 de janeiro.
Em sequência, uma ação da Polícia Federal revelou que Cid comercializou o valioso relógio Rolex durante uma missão oficial nos Estados Unidos em junho de 2022.
Seguindo a ordem do TCU, colaboradores de Bolsonaro empreenderam esforços para rastrear os objetos. O advogado Wassef reobteve o Rolex em Willow Grove, Pensilvânia, na loja Precision Watches.
Investigações apontam que o relógio foi vendido inicialmente à Precision Watches. O montante obtido com a venda teria sido de US$ 68 mil (equivalente a R$ 346.983,60), conforme um comprovante bancário encontrado nos registros online de Cid, datado do dia em que visitou a joalheria.
