Foto: J.League Photos/Divulgação
Na última segunda-feira (15), durante a assembleia do Conselho Deliberativo do Santos, um relatório evidenciou que entre 2013 e 2019, o Santos liquidou R$ 384,7 milhões à Doyen Sports, referente à aquisição do atacante Leandro Damião.
O documento, elaborado pelo Grupo de Avaliação de Riscos e Perdas, foi apresentado pelo conselheiro Marcelo Milani. Segundo o texto, a transação inicial para obter os direitos econômicos de Damião do Internacional estava fixada em 13 milhões de euros. No entanto, em 2014, houve um acordo entre o clube e a Doyen estabelecendo que a venda do atacante pelo Santos deveria ser, no mínimo, 18 milhões de euros.
Naquela ocasião, se Damião fosse vendido por uma quantia acima, o Santos receberia 20% do lucro (baseado na diferença entre o preço de venda e o investimento inicial, acrescido de juros).
Em 2015, o atacante teve disputas com o Santos, buscando na Justiça a rescisão do contrato. A Doyen, por sua vez, buscou compensações devido à saída precoce do atleta por quebra contratual. A condenação determinou que o Santos reembolsasse a Doyen em 18 milhões de euros mais juros, totalizando 27 milhões. Adicionalmente, o Santos comprometeu direitos econômicos de outros jogadores para minimizar a dívida.
Milani destacou que valores relacionados ao mecanismo de solidariedade, ligados ao jogador Felipe Anderson, foram totalmente direcionados à Doyen. A mesma situação ocorreu com as receitas do patrocínio principal de 2017.
Em 2019, sob a gestão de José Carlos Peres, houve um acordo para saldar a dívida restante com a Doyen, estipulada em 15 milhões de euros, em parcelamentos. O Santos cumpriu com as duas primeiras parcelas, totalizando 10 milhões de euros, porém, deixou a última pendente, revertendo a dívida para os 15 milhões iniciais.
O relatório questiona o motivo do não pagamento, já que o Santos havia vendido o atacante Rodrygo ao Real Madrid e possuía recursos disponíveis.
Marcelo Milani indicou dificuldades em determinar o montante total já liquidado à Doyen e mencionou possíveis irregularidades como lavagem de dinheiro. Milani expressou sua insatisfação ao presidente Andres Rueda, alegando inação diante dos problemas reportados. Como resultado, Milani pretende encaminhar o relatório à Comissão de Inquérito e Sindicância, sugerindo um processo de impeachment contra Rueda.