Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou uma operação da Polícia Federal na quarta-feira (2) contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP). No âmbito da decisão, entre outras ações, foi determinada a apreensão do passaporte, armas e bens com valor superior a R$ 10 mil cuja origem legal não fosse evidente.
Informações revelam detalhes da ordem do ministro, assinada na terça-feira (1). Na quarta-feira, a PF deteve o hacker Walter Delgatti Neto, associado à “Vaza Jato”, e efetuou buscas nos endereços de Carla Zambelli, incluindo seu escritório parlamentar e residência funcional.
A operação da PF está investigando a introdução de alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP). A lista de medidas tomadas contra a deputada inclui:
- Apreensão de armas, munições, dispositivos eletrônicos e passaporte;
- Buscas e apreensões de veículos nos endereços da deputada;
- Apreensão de dinheiro e bens valendo mais de R$ 10 mil, a menos que sua origem legal seja devidamente comprovada.
O ministro Moraes também autorizou a quebra dos sigilos bancários, de junho de 2022 a junho de 2023, de Carla Zambelli, Walter Delgatti Neto e a empresa Delgatti Desenvolvimento de Sistemas. A quebra de sigilo também se estende a Jean Hernani Guimarães Vilela, assessor da deputada na Câmara, e Renan Cesar Silva Goulart, ex-assessor de Zambelli, além de Thiago Eliezer Martins Santos, outro hacker envolvido na “Vaza Jato”.
A operação da PF, batizada de 3FA, é uma referência à autenticação de dois fatores (2FA), método de segurança que exige duas formas de identificação para acessar recursos e dados. Isso é uma alusão à invasão dos sistemas do Judiciário Federal para a inserção de mandados de prisão e soltura falsos, utilizando credenciais falsas adquiridas ilicitamente.
A defesa de Walter Delgatti Neto confirmou sua prisão, mas afirmou que ainda não tinha acesso à decisão judicial. Por outro lado, a defesa de Carla Zambelli confirmou as buscas e negou qualquer irregularidade por parte da deputada, afirmando que ela está cooperando com as autoridades e aguarda a demonstração de sua inocência.