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Nesta quarta-feira (2), a Polícia Federal (PF) deteve Walter Delgatti Netto, conhecido por seu papel como hacker no episódio “Vaza Jato” — a divulgação de conversas entre procuradores envolvidos na Operação Lava-Jato em 2019. De acordo com o portal de notícias G1, a PF também está executando mandados de busca em locais associados à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
Segundo a matéria, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou a operação. Cinco mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva estão sendo executados em São Paulo e no Distrito Federal.
Em comunicado, a PF declarou que as ações da chamada Operação 3FA fazem parte de um inquérito policial instaurado para investigar o ataque ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O caso estava sendo julgado pela Justiça Federal, mas foi transferido para o Supremo devido à emergência de evidências indicando o possível envolvimento de uma pessoa com prerrogativa de foro.
“Os crimes apurados ocorreram entre os dias 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil, 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso em desfavor do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes”, diz a nota.
A PF disse que as inserções fraudulentas foram feitas usando credenciais falsas adquiridas ilegalmente, que permitiram aos criminosos controlar os sistemas remotamente. “Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica”, concluiu a corporação.
Flávio Dino, Ministro da Justiça e Segurança Pública, declarou no Twitter que os mandados judiciais se referem a invasões ou tentativas de invasão de sistemas de informática do Poder Judiciário da União, no âmbito dos ataques às instituições.
“Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições”, disse ele em um tweet.
Vazamentos da Lava-Jato
Delgatti foi preso em julho de 2019 durante a Operação Spoofing, que desmantelou um grupo envolvido em “crimes cibernéticos”, de acordo com a PF. Naquele momento, o hacker confessou ter acessado as contas do Telegram de procuradores da Operação Lava-Jato e entregado as mensagens ao site The Intercept Brasil.