Há 17 anos o Internacional pintava a América de vermelho; relembre a conquista do Colorado

Foto: Jefferson Bernardes/Divulgação

Há 17 anos, em uma noite fria em Porto Alegre, diante de 57 mil pessoas, o Internacional batia o São Paulo, até então atual campeão da Libertadores, e pela primeira vez pintava a América de vermelho.

A conquista do clube que já era tri-campeão brasileiro, mas nunca havia vencido o torneio continental, saiu dos pés de Rafael Sobis, ainda no jogo de ida, no Morumbi, em São Paulo. O guri oriundo de Erechim, calou o soberano em sua casa, com dois gols, dando a vatangem para o jogo de volta, no Beira-Rio.

Em sua casa, o Colorado começou a construir a conquista nos pés de Fernandão, que aproveitou a confusão na defesa são-paulina e empurrou a bola para o fundo das redes, abrindo o placar. O atual campeão do mundo reagiu rápido e em uma distração da defesa Colorada, Fabão deixou tudo igual. A vantagem ainda era favorável para o Inter e 57 mil vozes empurravam o time comandado por Abel Braga para dentro do São Paulo. Aos 20 minutos do segundo tempo, novamente dos pés de Fernandão surge o gol do alivio e da certeza de que a América era vermelha. O centroavante aproveitou o rebote dado por Rogério Ceni e jogou a bola para dentro da pequena área, onde estava Tinga, posicionado para empurrar de cabeça para o fundo do gol. 2 a 1 para o Inter. O São Paulo ainda chegou novamente ao gol de empate com Lenilson, aos 40 minutos da etapa final. Mas já não adiantava mais, o destino quis que naquela típica noite de inverno gaúcho, ficasse registrado a primeira conquista da América, do Internacional, em cima do gigante São Paulo.

A conquista inédita encerrou um jejum de 14 anos do clube. Nomes como o de Abel Braga, Rafael Sobis, Tinga, Índio, Clemer, Fernandão, etc, entraram para história do clube para nunca mais sair. O feito colocou o Inter em outra prateleira e deu ao clube uma vaga ao seleto grupo de equipes brasileiras que conquistaram a América.

17 anos depois, o Colorado almeja ir atrás de sua terceira taça do torneio. Na temporada 2023 ainda existe a possibilidade. Embora seja difícil afirmar o que vai acontecer, é inegável não reconhecer que o dia 16 de agosto de 2006, abriu os caminhos para que o Clube do Povo se projetasse como um tradicional favorito no torneio. De tantas glórias, a América ficou marcada para Inter deste dia, para sempre.

Ficha técnica

LIBERTADORES — FINAL — JOGO DE VOLTA
16/8/2006


INTER 2×2 SÃO PAULO

INTER: Clemer; Índio, Bolívar e Fabiano Eller; Ceará, Edinho, Tinga, Alex (Michel) e Jorge Wagner; Sobis (Ediglê) e Fernandão. Técnico: Abel Braga

SÃO PAULO:  Rogério Ceni; Fabão, Lugano e Edcarlos (Alex Dias); Souza, Mineiro, Richarlyson (Tiago), Danilo (Lenilson) e Júnior; Leandro e Aloísio. Técnico: Muricy Ramalho.

Gols: Fernandão (I), aos 29 minutos do 1º tempo; Fabão (SP), aos 5, Tinga (I), aos 20, e Lenílson (SP), aos 39 minutos do 2º tempo.

Cartões amarelos: Edinho, Tinga, Alex, Bolívar e Edinho (I); Aloísio (SP)
Cartões vermelhos: Tinga (I)

Árbitro: Horácio Elizondo, auxiliado por Rodolfo Otero e Dário Garcia (trio argentino)

Público: 57.554  
Renda: R$ 719.365

Local: Estádio Beira-Rio, Porto Alegre