Foto: Raul Baretta/ Santos FC
Com o endosso do presidente Andres Rueda e do coordenador esportivo Falcão, Paulo Turra assumiu a liderança do Santos com a intenção de promover inúmeras mudanças. Durante a apresentação, o treinador transmitiu várias mensagens e exigiu um time mais entusiasmado e dedicado.
No entanto, Turra escolheu abandonar o papel de “pai” e focar na imposição de “disciplina” para colocar o time em ordem, o que incluiu ameaças. A estratégia parece estar produzindo resultados negativos.
Segundo o portal Uol, no CT Rei Pelé o ambiente piorou. O antigo treinador, Odair Hellmann, não teve sucesso, porém, os relatos apontam para uma atmosfera mais positiva e descontraída, com discussões abertas e repreensões quando necessárias. Foi o caso também com Fabio Carille, que chegou em um momento de dificuldade e, com calma, salvou o Santos do risco de rebaixamento e é querido por todos.
Com Turra, há um certo temor. Em uma ocasião recente, Turra organizou um churrasco onde os jogadores basicamente comeram e foram embora, sem muito bate-papo. Não há muito espaço para descontração.
Em um dia de folga do elenco, Turra trouxe um padre para “abençoar” o CT, decisão que não foi bem recebida por parte do clube.
Logo ao chegar ao clube, Turra pressionou o Santos para afastar Soteldo, Nathan e Lucas Pires.
As razões foram variadas: Soteldo se recusou a treinar com os reservas, mas já tinha conflitos anteriores com o técnico; Nathan e Pires foram vistos em uma festa. Apesar do valor técnico de Soteldo, a decisão foi quase unânime na diretoria. No entanto, as subsequentes dispensas geraram questionamentos.
Por exemplo, Daniel Ruiz não estava escalado para a estreia de Paulo Turra contra o Blooming (BOL). Com a transferência de Ângelo para o Chelsea (ING), Ruiz passou de dispensado a titular. Após o empate em 0 a 0, Ruiz foi afastado. Esta inconsistência virou um tópico de discussão no CT.
Outros jogadores como Ed Carlos e Lucas Barbosa também foram afastados e treinam separadamente com Ruiz, Soteldo, Nathan e Lucas Pires. Embora Ed e Barbosa não estivessem apresentando um bom desempenho, há quem acredite que seria melhor encontrar propostas para eles, sem tirá-los do ritmo de treino e, consequentemente, diminuir seu valor de mercado.
Muitos agora se referem ao CT Rei Pelé como “quartel” por conta das alterações feitas por Paulo Turra. Algumas mudanças foram consideradas normais, como a maior ênfase na concentração e nos treinos em dias de jogo. Outras são questionáveis.
Turra pediu uma mesa exclusiva para sua comissão técnica no refeitório e estabeleceu uma regra: a equipe só pode comer quando todos estiverem presentes.
Ele também solicitou o uso de crachás. O treinador acredita que parte do problema do Santos é a “falta de ordem” e frequentemente compara a situação atual com a do Athletico, seu antigo clube.
Muitas mudanças foram feitas fora de campo, mas dentro das quatro linhas o cenário é ainda pior.O Santos conquistou uma vitória, um empate e sofreu duas derrotas sob o comando de Paulo Turra.
A próxima partida será contra o líder Botafogo, no domingo, na Vila Belmiro. O Peixe ocupa a 14ª posição do Brasileirão, com 16 pontos.