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A Delegacia de Polícia Civil em Santa Cruz do Sul, na região do Vale do Rio Pardo, está coletando depoimentos e revendo imagens de câmeras de vigilância na cidade para esclarecer o assassinato de Lisiane Vieira Bicca, 41 anos, grávida e trabalhadora na safra.
Lisiane foi tragicamente assassinada na frente de seus três filhos menores em 26 de junho, no final da tarde, na residência familiar no bairro São João, um subúrbio da cidade.
“Foi uma grande maldade o que fizeram com minha família. Mataram minha mãe sem que ela tivesse a menor chance de se defender. Colocaram arma na cabeça de crianças. Não tem explicação. Ela estava gestante de três para quatro meses”, diz Lilian da Silva, 19 anos, filha mais velha de Lisiane.
Segundo a jovem, a mãe havia acabado de chegar em casa, na Rua José de Oliveira Lopes, quando homens armados irromperam na residência. Segundo relatos dos vizinhos, os homens procuravam pelo pai de Lilian, que havia se separado de Lisiane há dois anos.
De acordo com Lilian, seus irmãos informaram que a mãe interrompeu o banho ao ouvir um tiro disparado contra o cão da família, Thor, que tentou resistir à invasão. Ao entrar na sala principal, Lisiane se deparou com um dos homens apontando uma arma para o filho de 12 anos.
Os criminosos perguntaram novamente pelo ex-marido de Lisiane e, diante do silêncio da mulher, dispararam ao menos quatro vezes, atingindo sua cabeça. No momento do ataque, a filha caçula estava com a mãe no banheiro. Nenhuma das crianças se feriu. Atualmente, estão sob os cuidados de parentes.
“Ela não teve chance de dizer que o meu pai nem mora mais naquela casa. Ele tem os conflitos dele com a Justiça. A gente já não se dava mais bem já fazia um tempo. Mas nada justifica o que fizeram para ela e os meus irmãos”, desabafa a jovem
A delegada Raquel Schneider, responsável pelo caso, afirma que as investigações estão avançadas, mas detalhes serão mantidos em segredo para não comprometer o progresso do trabalho. Além do crime contra Lisiane, a investigação também deve resultar em indiciamentos por crueldade contra o cão da família, Thor, que foi atingido no rosto durante a invasão da casa e acabou falecendo.
“Foi a única defesa que eles tiveram. É muito difícil acreditar que pessoas podem fazer tanta maldade sem pensar se os outros que estão ali são filhos, irmãos ou pais de alguém. Desconsiderar assim a vida é uma coisa muito triste”, conclui Lilian.