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O ministro da Justiça, Flávio Dino, ordenou a abertura de uma investigação para apurar as declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que comparou professores “doutrinadores” a traficantes. Durante um evento pró-armamentista realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, ontem (9). o parlamentar afirmou: “Não há diferença entre um professor doutrinador e um traficante de drogas, que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime“. Além disso, ele afirmou que os educadores seriam piores do que traficantes, pois “causam discórdia“.
O ministro Flávio Dino não mencionou diretamente o nome do deputado em suas redes sociais, mas afirmou que a Polícia Federal (PF) deve identificar indícios de eventuais crimes, especialmente incitação ou apologia a atos criminosos. O objetivo da investigação é esclarecer a gravidade das declarações feitas durante o evento.
Além disso, o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) afirmou que vai pedir enviar a Comissão de Ética o pedido de cassação de Eduardo Bolsonaro pela associação de professores a criminosos. Já a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) acionou a Procuradoria Geral da República (PGR) por “crimes com danos coletivos aos professores brasileiros”.
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) disse que vai buscar “os meios legais” contra as falas do deputado. “A educação é o principal caminho para que o Brasil possa alcançar desenvolvimento sustentável e soberania, com justiça social. E os professores são construtores desse futuro“, disse a entidade em nota.
O Encontro Nacional do movimento Proarmas pela Liberdade, onde Eduardo Bolsonaro fez tais comentários, ocorreu seis meses após os atos de vandalismo que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.