Foto: Alexandre Vidal/Flamengo
O atacante Pedro, do Flamengo, realizou um exame de corpo de delito após ter sido agredido com um soco no rosto na noite de ontem (29). A confusão ocorreu no vestiário da Arena Independência, e, segundo o próprio atleta, a agressão partiu do preparador físico do rubro-negro.
Após o jogo, o jogador foi à polícia registrar um boletim de ocorrência contra o preparador físico do clube, Pablo Fernández. A fim de documentar as lesões sofridas, ele passou por um exame de corpo de delito ainda na madrugada deste domingo (30), que constatou lesões leves na boca e no rosto.
O preparador físico também compareceu à delegacia, mas acabou sendo liberado pelas autoridades. As investigações sobre o caso seguem em andamento.
Sampaoli se manifesta sobre o ocorrido
O técnico Jorge Sampaoli postou neste domingo (30) um texto sobre o caso. O treinador pediu diálogo interno para que o clube possa atravessar a situação. Ele ainda chamou a situação de “disputa interna cujas razões existem” e lamentou que a agressão tenha tirado o foco da vitória rubro-negra sobre o Galo.
“Não acredito na violência como solução. Isso não nos leva a lugar nenhum. Nem na vida, nem no futebol. Ao longo da minha carreira, vi tantas lutas e elas sempre me deixaram com uma sensação de vazio. O que aconteceu ontem me deixou muito triste. Ofuscamos uma vitória impressionante com uma disputa interna cujas razões existem, mas neste momento não importam.
A história me mostrou que a única solução é a conversa. Mesmo quando errei ou vi o erro dos outros. Eu tenho fé na palavra. Que é uma forma de ter fé no ser humano. Porque a violência nos separa e a conversa nos une.
Quando eu era criança e comecei a jogar futebol, as brigas dentro e fora do campo eram muito comuns. Assim como muitas coisas no mundo mudaram para pior, algumas mudaram para melhor. A violência é menos aceita a cada dia como forma de resolver as coisas. É uma transformação que levará tempo. Não será de um dia para o outro. Todos nós temos o direito de cometer erros. Porque temos a possibilidade de nos transformarmos. Para ser melhor.
Eu sou o condutor desta equipe. Me dói muito quando dois colegas de trabalho brigam. Mais do que a violência. Os treinadores não se dedicam apenas à tática e à preparação dos futebolistas. Acima de tudo, trabalhamos para gerir grupos. Tentamos melhorar e cuidar das pessoas.
Não tenho dormido pensando em como ajudar Pedro e Pablo. Sei que vocês dois tiveram uma noite horrível. E que, aconteça o que acontecer, temos a obrigação de nos cuidar. Para nos mudar Para unir. Para ser melhor. E colocar o Flamengo no topo”.
O clube até o momento não se manifestou sobre o episódio. Uma reunião neste domingo deverá definir o futuro do preparador e do treinador.