Foto: Divulgação/Luton Town
O Luton Town é o mais novo membro da maior liga nacional do mundo, a Premier League, e seu modesto estádio, o Kenilworth Road, é apenas uma das várias peculiaridades do clube. Com uma associação de torcedores ativa, que ajudou a salvá-lo da falência em 2008.
Fundado em 1885, o time não disputa a elite do futebol inglês desde 1991/92. Portanto, nunca jogou na Premier League, que foi estabelecida na temporada seguinte. Há nove anos, em 2014, era um “clube não profissional”. Estava sem liga, na Quinta Divisão do futebol inglês. E agora vive um verdadeiro conto de fadas.
Ao vencer o Coventry na final dos playoffs de acesso, no estádio de Wembley, o modesto clube também ganhou um cheque de 170 milhões de libras (cerca de R$ 1 bilhão). O valor será utilizado para melhorias em seu estádio, que precisa passar por várias adaptações para receber partidas da Premier League. Entre os reparos planejados está o setor destinado aos torcedores visitantes.
Um portão azul, em meio a várias casas idênticas, é a Oak Stand, a arquibancada destinada aos visitantes do estádio. E a imersão em uma área totalmente residencial não se limita apenas ao lado de fora. Para acessar a arquibancada, os torcedores passam por pequenas escadas e podem até vislumbrar os jardins de todas as casas vizinhas.
O Kenilworth Road é um orgulho para o Luton Town. No entanto, em entrevista ao site The Athletic, o diretor executivo do clube, Gary Sweet, enfatizou que nem Haaland nem qualquer outra estrela da Premier League irá atravessar os quintais vizinhos para acessar o estádio.
“Isso me irrita e me faz rir ao mesmo tempo quando vejo todo esse conteúdo nas redes sociais sobre a entrada pelos jardins e coisas do tipo. Isso tem sido assim desde a Segunda Guerra Mundial. Ou até mesmo antes. Por que isso está sendo levantado agora? Apenas porque podemos estar indo para a Premier League.”
“Haaland não vai entrar por aquela entrada. Ele vai entrar por outra entrada aqui. Não temos uma grande entrada. Aceitem isso. As pessoas podem zombar, mas isso não nos incomoda”, disse Sweet.
O diretor executivo Gary Sweet é o símbolo de como a torcida tem influência no dia a dia do Luton Town. Ele é um dos fundadores e ex-diretor de uma fundação com torcedores do clube (Luton Town Supporter’s Trust). O grupo foi criado em 2003 e atualmente conta com 50 mil membros.
A Fundação não possui poder no Luton Town, mas é uma voz importante e frequentemente consultada em decisões que afetam o clube. Recentemente, o grupo impediu que empresas de apostas patrocinassem o time. As cores, o nome e qualquer aspecto relacionado à imagem do clube não podem ser alterados sem a permissão da Fundação.
O Luton Town Supporter’s Trust surgiu como um movimento de oposição à aquisição do clube por John Gurney, que deixou o cargo após apenas 55 dias. Em 2007, quando o time foi rebaixado para a Quinta Divisão após uma punição por fraude fiscal, o grupo se organizou novamente, comprou 50 mil ações do clube e ajudou a resgatá-lo.
“Futebol pertence aos torcedores. Não xeques, oligarcas, chanceleres e banqueiros”, diz uma faixa que permanente na arquibancada do Kenilworth Road
Após garantir o acesso para a Premier League, o clube também se movimentou para reforçar seu elenco. Até o momento, a equipe anunciou dois jogadores, o atacante Ogbene e o defensor, Andersen. O zagueiro atuava pelo Barsnley, da terceira divisão inglesa e foi considerado o melhor jogador do time. Já Ogbene chega do Rotherham, da segunda divisão.