Foto: Divulgação/DAER
O ex-diretor do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Rogério Brasil Uberti, foi formalmente acusado pelo Ministério Público (MP) de supostamente receber suborno de uma empreiteira para garantir aditamentos no acordo de manutenção de estradas.
De acordo com o MP, a ação resultou em um prejuízo de mais de R$ 8 milhões para o tesouro público. Além disso, Uberti foi acusado de lavagem de dinheiro, juntamente com sua esposa, Maiara Scalco, que supostamente também recebeu propina, e o diretor da Pavia Brasil, empresa que teria efetuado os pagamentos. O MP identificou movimentações financeiras que indicam tentativas de ocultar a origem do dinheiro.
O Daer está conduzindo uma sindicância para investigar as alegações. Atualmente, Uberti, que é um funcionário efetivo do Daer, está lotado na Superintendência de Construção Rodoviária.
A investigação do MP iniciou em 2019, a partir de uma denúncia anônima. A carta anônima mencionava que, apesar de Uberti ter um salário médio, ele possuía propriedades de alto valor. Uberti ocupou o cargo de chefia desde 2016, mas deixou a posição em 2019.
O contrato para restauração de estradas na região de Erechim, no norte do estado, forneceu ao MP provas que apontam para um suposto esquema ilegal. Após uma ordem judicial que permitiu o acesso às informações bancárias de Uberti, sua esposa e o diretor da empreiteira, o MP identificou uma série de depósitos feitos pela empresa na conta do casal.
“Foram apurados valores identificados oriundos da conta do diretor financeiro da empresa inicialmente para o diretor geral do Daer. Mais de R$ 170 mil. Inicialmente, era feito dessa forma direta, do diretor financeiro para o diretor geral. Posteriormente, por um prestador de serviço da empresa para o diretor geral do Daer e, num momento seguinte, do diretor financeiro da empresa para a companheira do diretor geral do Daer”, explica o promotor Flávio Duarte.
O inquérito do MP indica que um dos depósitos feitos pela empresa de engenharia na conta da esposa de Uberti ocorreu dois dias antes de um aditamento de R$ 5 milhões no contrato com a empresa. O contrato começou a vigorar em 2016 e somou mais de R$ 86 milhões destinados à construtora.
“Durante esses pagamentos ou em meio a esses pagamentos, além da fiscalização do contrato, do Daer, com essa empresa, que remunerar mediante pagamentos o diretor do Daer, foram firmados dois aditivos, aumentando o valor do contrato inicial feito entre a empresa contratada e o Daer”, afirma o promotor.