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A destruição da barragem da usina hidrelétrica de Nova Kakhovka, no sul da Ucrânia, durante a madrugada de hoje (6), resultou na evacuação de milhares de pessoas das áreas próximas devido ao risco de inundações. Moscou afirmou que 14 localidades, com uma população de mais de 22 mil pessoas, estão em situação de risco, mas garantiu que a situação está sob controle.
A usina está localizada na região de Kherson, área atualmente ocupada pela Rússia. Russos e ucranianos se acusaram mutuamente pela autoria dos bombardeios. As autoridades designadas por Moscou denunciaram que a barragem foi parcialmente destruída por “múltiplos ataques” ucranianos. Por outro lado, autoridades ucranianas acusaram a Rússia de ter destruído a barragem para tentar “interferir” na contraofensiva que Kiev está preparando para recuperar territórios perdidos no sul e leste do país.
Mikhailo Podoliak, conselheiro da presidência, declarou: “O objetivo dos terroristas é evidente: criar obstáculos para as ações ofensivas das Forças Armadas ucranianas“. O governo ucraniano emitiu um alerta, afirmando que a destruição de Nova Kakhovka aumenta rapidamente o risco de uma “catástrofe nuclear” na central de Zaporizhzhia, que utiliza a água da represa atingida para refrigeração. No entanto, a Rússia e a Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA) descartaram um perigo imediato.
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, convocou uma reunião do Conselho de Segurança Nacional em resposta ao “crime de guerra” russo, segundo afirmou seu chefe de gabinete, Andriy Yermak. A Ucrânia denunciou a Rússia como “Estado terrorista” na Corte Internacional de Justiça (CIJ). O ataque à barragem de Kakhovka resultou na “evacuação de civis e sérios danos ecológicos”, declarou o representante de Kiev, Anton Korinevich, perante a principal jurisdição da Organização das Nações Unidas (ONU).
As inundações e o risco nuclear são preocupações imediatas. Oleksander Prokudin, comandante militar ucraniano em Kherson, afirmou que várias localidades foram “total ou parcialmente inundadas” e que a população começou a deixar a região. Por outro lado, o governador de Kherson nomeado pela Rússia, Andrey Alekseyenko, declarou que nenhuma grande cidade está ameaçada de inundação após um aumento de “dois a quatro metros” no nível da água.
A barragem de Kakhovka, capturada no início da ofensiva russa na Ucrânia, abastece a península da Crimeia e fornece água de resfriamento para a usina nuclear de Zaporizhzhia. Por esse motivo, Podoliak alertou que o risco de uma “catástrofe nuclear” na maior usina da Europa “aumenta rapidamente” após a destruição parcial da barragem.