Foto: Divulgação/Simers
Os antigos administradores do Hospital Petrópolis, situado em Porto Alegre, receberam condenação da 7ª Vara Federal após serem identificados em um esquema de lavagem de dinheiro proveniente de irregularidades no Sistema Único de Saúde (SUS). O veredicto foi proferido na sexta-feira (29), mas veio a público na segunda-feira (2).
De acordo com registros da Justiça Federal, o casal Carlos Eugênio Pereira Del Arroyo e Maria do Carmo Muniz Del Arroyo, gestores do hospital de 2008 a 2011, manipulou informações para obter vantagens financeiras indevidas. Durante seu mandato, eram beneficiados por remunerações do município de Porto Alegre em troca dos serviços médicos fornecidos.
A punição determinada foi de cinco anos de prisão e o pagamento de 110 dias-multa. Propriedades, como um apartamento em Capão da Canoa, seis espaços comerciais e terras em Gravataí e Xangri-lá, foram apreendidos em prol da União. A sentença ainda pode ser contestada no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Na decisão, o juiz Guilherme Beltrami enfatizou as práticas fraudulentas do casal, como a cobrança por cirurgias utilizando materiais de menor valor, mas reportando o uso de materiais mais caros. Entre 2009 e 2010, o Hospital Petrópolis, sob a gestão do casal, obteve mais de R$ 2,5 milhões correspondendo a quase 4 mil procedimentos, os quais foram executados com materiais de menor custo, gerando uma economia de R$ 200 por procedimento.
A decisão também destacou a aquisição de propriedades com fundos ilícitos e a declaração incorreta desses ativos à Receita Federal, apontando métodos frequentemente utilizados em esquemas de lavagem de dinheiro.
O Ministério Público Federal (MPF) acrescentou que uma clínica oftalmológica pertencente a Carlos Eugênio beneficiou-se com R$ 287 mil do Hospital. As investigações revelaram um aumento patrimonial significativo do casal durante os anos de gestão, enquanto o Hospital Petrópolis enfrentava adversidades financeiras.